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19/07/24 | Sonia Pestana - Coremetro  |  Compartilhe Facebook      Twitter      Whatsapp      Linkedin      Enviar por e-mail

Reclusas da PFS praticam yoga para o resgate da autoestima

Em busca do equilíbrio físico e emocional, projeto Treino na Laje leva o yoga para dentro do sistema penitenciário

Há dois anos, as reclusas da Penitenciária Feminina Sant’Anna (PFS) adotam uma rotina de autocuidado do corpo e da mente por meio do yoga. Em busca do equilíbrio físico e emocional, elas fazem parte do projeto Treino na Laje, da professora Sophia Bisilliat (@treinonalaje e @sophiabisilliat). A ação tem o total apoio da Secretaria da Administração Penitenciária, por meio da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo.

Segundo o diretor geral da PFS, Osvaldo Martins Bueno, a proposta de implantar o yoga na unidade prisional foi bem aceita desde o início. Para ele, o foco no resgate da autoestima, consciência corporal e a conexão pessoal foram condições oferecidas pela prática do exercício que realmente funcionam.

De acordo com Bueno, as aulas acontecem todas as quartas-feiras, das 9h30 às 11h30. Mensalmente, a ação atinge uma média de 80 mulheres na unidade prisional, graças a iniciativa da professora de promover o revezamento entre os pavilhões.

“Sem dúvida, as aulas de yoga promovem bem-estar físico e emocional”, confidencia o diretor geral. Na opinião do dirigente, esse sentimento tem reflexo na disciplina e no bom andamento da unidade prisional. Prova disso, as aulas têm aprovação das reclusas que buscam o yoga para o combate do estresse, alívio da ansiedade e aumento da concentração.

Em complemento, Bueno dá especial destaque ao comprometimento da professora Sophia. Segundo ele, apesar das dificuldades que a atividade apresenta, como a flexibilidade para atingir todas as posições, o carinho e a atenção por parte da instrutora compensam e o resultado vem em forma de dedicação das alunas na busca de melhores resultados.

Desafios e superações

Há anos à frente de ações culturais e de cuidados com a saúde no sistema prisional, a professora Sophia revela que os desafios e as superações fazem parte da vida. Com relação ao yoga, devido à sua disseminação, a atividade é hoje em dia reconhecida como exercício físico.

A prática do yoga confere serenidade e controle dos movimentos aos adeptos. Segundo a mestre, atualmente a ação impacta a vida de muitas pessoas no sistema prisional.

Sophia relata que certas posturas do yoga apresentam alguns desafios e, quando superados, isso contribui para a autoestima. Por isso, a professora acompanha individualmente o esforço de cada aluna, incentivando e tirando dúvidas, se necessário.

Um outro exemplo da dedicação da instrutora está na composição da vestimenta apropriada para as reclusas do grupo. Visando facilitar os movimentos e a flexibilização de cada participante, Sophia disponibiliza, ainda, bermudas feitas em elastano para uso nas aulas.

Resultados da prática do yoga

Para a aluna A.S., a atividade do yoga a ajudou na diminuição da dor do nervo ciático e melhorou sensivelmente sua respiração. “O yoga me ajuda a sair da rotina do sistema prisional e me sinto mais humana com essa prática”, declarou. A reclusa C.C. concorda e acrescenta que a atividade é bem-vinda porque é relaxante.

A reeducanda Q.P.G.S. participou da atividade do yoga por um ano. Como trabalhava na cozinha da unidade prisional, ela agendava sua folga semanal sempre às quartas-feiras para não perder as aulas. Segundo ela, o yoga foi um divisor de águas em sua vida. A atividade a fez reencontrar a paz interior. Na sua opinião, a ação é imprescindível para as pessoas privadas de liberdade.

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